Entrevista com Paulo Raimundo, da Comissão Política do PCP

<font color=0093dd>Podemos ter uma greve histórica</font>

Olhando para o que se passou nas úl­timas se­manas, quais as ex­pec­ta­tivas para esta greve geral?

A par da in­ter­venção uni­tária, tem ha­vido ini­ci­a­tivas pró­prias do Par­tido, temos as po­si­ções e as pro­postas dos co­mu­nistas. Como é ava­liada a res­posta das pes­soas, face à ne­ces­si­dade de dar força ao PCP para cons­truir a al­ter­na­tiva de que o País pre­cisa?

Apesar dos fortes mo­tivos para fazer greve, os tra­ba­lha­dores vão con­frontar-se cer­ta­mente com graves im­pe­di­mentos. Até que ponto isto po­derá pre­ju­dicar os ín­dices de adesão?

O su­cesso da greve geral sig­ni­fica pa­ra­lisar o País, como re­pe­ti­da­mente tentam fazer crer?

Uma greve geral as­sume ob­jec­tivos mais avan­çados, cla­ra­mente po­lí­ticos. Como se en­quadra esta greve geral na luta pela al­ter­na­tiva que o Par­tido propõe para Por­tugal?

Vamos ter mais greves ge­rais?

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Avante! - Olhando para o que se passou nas úl­timas se­manas, quais as ex­pec­ta­tivas para esta greve geral?

Paulo Rai­mundo: Temos visto di­fe­rentes sec­tores em per­ma­nente acção de con­tes­tação contra me­didas que são in­justas. Todos os dias temos tido uma mul­ti­pli­cação in­tensa de lutas de tra­ba­lha­dores e de po­pu­la­ções, de utentes, de agri­cul­tores, de pes­ca­dores, de es­tu­dantes, de mi­li­tares, de pro­fis­si­o­nais das forças de se­gu­rança. Houve ex­pres­sões mai­ores dessas lutas e im­por­tantes mo­mentos de con­ver­gência, como a ma­ni­fes­tação da Ad­mi­nis­tração Pú­blica, a 12 de No­vembro, ou a jor­nada dos mi­li­tares, nesse mesmo dia.

Estas as­so­ciam-se a ou­tras lutas que, em­bora de di­mensão menor, têm uma grande im­por­tância po­lí­tica.

Pouco mais atrás, deve sa­li­entar-se a im­por­tância da se­mana de luta que a CGTP-IN re­a­lizou no final de Ou­tubro e que re­velou grandes po­ten­ci­a­li­dades.

Face à bru­ta­li­dade da ofen­siva contra os tra­ba­lha­dores e o povo, a greve geral surge quase como ine­vi­tável e é um ponto alto desta con­ver­gência.

Ao mesmo tempo que a pre­pa­ração da greve geral se faz numa com­po­nente mais or­ga­ni­za­tiva e de mo­bi­li­zação dos tra­ba­lha­dores, através de ple­ná­rios e de mi­lhares de con­tactos, ela faz-se si­mul­ta­ne­a­mente com luta, com ini­ci­a­tiva, com rei­vin­di­cação. Esta talvez seja a grande ri­queza deste pe­ríodo mais re­cente.

Sec­tores que não são de tra­ba­lha­dores estão a acom­pa­nhar os ob­jec­tivos da greve e estão a as­so­ciar-se à luta com a afir­mação pró­pria das suas rei­vin­di­ca­ções. Re­firo-me, por exemplo, aos utentes da Saúde ou dos trans­portes pú­blicos.

 

Pelos mo­tivos con­cretos de todas essas lutas e pela sua con­ver­gência, con­clui-se que fazer greve amanhã não é uma opção em abs­tracto...

 

Esta não é uma greve em abs­tracto. A greve geral cava fundo na si­tu­ação ac­tual do País. Os ob­jec­tivos que a CGTP-IN co­loca ao con­vocar a greve geral são, em pri­meiro lugar, agar­rados por quem tra­balha, já que os tra­ba­lha­dores são os prin­ci­pais alvos da ac­tual ofen­siva. Mas são si­mul­ta­ne­a­mente pas­sí­veis de serem ab­sor­vidos e de­sen­vol­vidos a partir de sec­tores muito am­plos.

A dú­vida hoje só pode estar em saber se vamos ter uma grande greve geral ou uma greve geral his­tó­rica, pela sua di­mensão e par­ti­ci­pação.

Todos os tra­ba­lha­dores têm ra­zões fortes para fa­zerem greve. Além das ra­zões ge­rais, muitos têm as suas pró­prias ra­zões.

E há um mi­lhão e du­zentos mil tra­ba­lha­dores em si­tu­ação pre­cária que têm ra­zões mais que acres­cidas para ade­rirem à greve de forma mas­siva. Muitas vezes, são estes os mais pres­si­o­nados para não lu­tarem. Ora, amanhã é o dia para de­mons­trarem que estão unidos em torno dos ob­jec­tivos da greve geral, contra o rumo por onde o País tem sido con­du­zido, mas também para de­mons­trarem a sua in­dig­nação e a sua dis­po­sição de luta, face à si­tu­ação in­justa que vivem. Não ir tra­ba­lhar é a me­lhor forma de de­mons­trarem que fazem falta todos os dias e que o seu vín­culo la­boral deve ser per­ma­nente.

 

Apesar dos fortes mo­tivos para fazer greve, os tra­ba­lha­dores vão con­frontar-se cer­ta­mente com graves im­pe­di­mentos. Até que ponto isto po­derá pre­ju­dicar os ín­dices de adesão?

 

Não me­nos­pre­zamos as di­fi­cul­dades, nem as pres­sões, nem as chan­ta­gens. Os tra­ba­lha­dores vão en­frentar cer­ta­mente muitas ma­no­bras, não será no­vi­dade. Isto vai exigir de cada tra­ba­lhador co­ragem e de­ter­mi­nação, para afirmar «basta» pela sua adesão à greve. Vai haver chan­ta­gens, pres­sões, ofertas de pré­mios, vamos ouvir que a luta é pre­ju­di­cial para a em­presa e para o País... Sa­bemos que vai haver tudo isto, como houve nou­tras greves ge­rais e como surge sempre que os tra­ba­lha­dores de­cidem en­trar em luta. É por isso que di­zemos que é ne­ces­sária co­ragem, é ne­ces­sária con­fi­ança, é ne­ces­sária de­ter­mi­nação para aderir à greve.

Co­loca-se outro pro­blema. Se todos os tra­ba­lha­dores têm ra­zões para aderir à greve e marcar uma po­sição firme, aqueles que não o fi­zerem devem ter pre­sente que, mesmo que não queiram, vão ser con­ta­bi­li­zados pelo ca­pital e pelo Go­verno como apoi­antes desta po­lí­tica. Quem de­cidir não fazer greve vai ter que se con­frontar com este pro­blema.

Vai ser de­ci­sivo o papel dos pi­quetes de greve. São cons­ti­tuídos a partir de cada em­presa ou ser­viço, de cada sector, e têm uma grande im­por­tância para vencer as muitas di­fi­cul­dades que se vão co­locar e que não de­vemos me­nos­prezar.

 

O su­cesso da greve geral sig­ni­fica pa­ra­lisar o País, como re­pe­ti­da­mente tentam fazer crer?

 

Não é esse o ob­jec­tivo de uma greve geral. A adesão dos tra­ba­lha­dores deve fazer-se sentir em cada local de tra­balho. Vai haver «guerra de nú­meros» e con­ta­bi­li­zação geral da adesão, mas a greve geral deve ser en­ten­dida nos re­flexos que tem em cada uma das em­presas e em cada local de tra­balho. Aqui é que é pre­ciso dar o sinal.

Vamos ter em­presas com adesão a cem por cento, ou­tras a no­venta, ou­tras com ín­dices me­nores mas onde vai parar a pro­dução, ha­verá ser­viços en­cer­rados, ou­tros es­tarão a meio gás. Ha­verá também sí­tios onde a greve não vai ter a adesão que seria ne­ces­sária. É assim numa greve e é esta também a re­a­li­dade da greve geral.

Mas o que vai contar é con­cluirmos que, desta exi­gente e ele­vada res­posta, em cada em­presa, em cada um dos sec­tores, os tra­ba­lha­dores vão sair em me­lhores con­di­ções para pros­se­guir uma luta, que vai ser ne­ces­sa­ri­a­mente pro­lon­gada, mas que vai ter que se in­ten­si­ficar e agu­dizar. O que vai contar é que os tra­ba­lha­dores e as po­pu­la­ções vão dar uma grande res­posta e o poder po­lí­tico não vai poder ficar in­di­fe­rente.

 

 Vamos ter mais greves ge­rais

 

A greve geral vem pro­curar dar res­posta a uma ofen­siva que não fica der­ro­tada amanhã. A res­posta do tra­balho tem que cor­res­ponder à in­ten­si­fi­cação da ofen­siva do ca­pital.

A luta terá ex­pres­sões muito di­versas e vai haver mo­mentos de con­ver­gência. Mas terá que viver pela sua mul­ti­pli­cação e por se de­sen­volver o mais pos­sível na base.

A greve geral tem que amanhã dar um sinal para a luta que de­sen­vol­vemos contra o roubo dos sa­lá­rios e que será ganha nos lo­cais de tra­balho. É aqui que a ba­talha contra as al­te­ra­ções ao Có­digo do Tra­balho está a ser ganha todos os dias. É em cada uma das em­presas, e não na Con­cer­tação So­cial, que vamos con­tra­riar o tra­balho gra­tuito ao sá­bado. A luta dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções vai ter que con­ti­nuar e in­ten­si­ficar-se, e a greve geral de amanhã será um im­pulso para esta in­ten­si­fi­cação.

Te­remos que ir tão longe quanto pos­sível na in­ten­si­fi­cação da luta, dado o grau da ofen­siva. Exige-se a mul­ti­pli­cação da luta, ao nível mais abaixo pos­sível, e ou­tros mo­mentos de con­ver­gência. Estes, caso o mo­vi­mento sin­dical assim en­tenda, po­derão passar por con­vo­cação de novas greves ge­rais.

 

Uma greve geral as­sume ob­jec­tivos mais avan­çados, cla­ra­mente po­lí­ticos. Como se en­quadra esta greve geral na luta pela al­ter­na­tiva que o Par­tido propõe para Por­tugal?

 

Contra a ex­plo­ração e o em­po­bre­ci­mento são os ob­jec­tivos que a CGTP-IN co­loca para a greve geral. Uma greve e uma luta que se as­sume, assim, contra o rumo que o País vem se­guindo, contra o em­po­bre­ci­mento, contra as in­jus­tiças e contra me­didas que vão levar ao agra­va­mento da si­tu­ação. A par desta con­tes­tação, a greve geral é pela exi­gência de um rumo novo, rom­pendo com o ca­minho das úl­timas três dé­cadas, que nos trouxe à ac­tual si­tu­ação. Aqui a greve geral as­sume um sig­ni­fi­cado po­lí­tico de grande di­mensão.

Nesta exi­gência de uma nova po­lí­tica, a greve geral cruza-se com os grandes ob­jec­tivos e de­síg­nios na­ci­o­nais que o Par­tido hoje aponta. Por um lado, não será pos­sível criar outra saída para o País, en­quanto não der­ro­tarmos o pacto de agressão, a po­lí­tica a que ele dá se­gui­mento e os ins­tru­mentos dessa po­lí­tica, como são o Or­ça­mento do Es­tado e as mu­danças nas leis la­bo­rais. É pre­ciso re­jeitar este pacto, res­pon­sa­bi­li­zando o PS, o PSD e o CDS por o terem as­si­nado com o FMI, a União Eu­ro­peia e o Banco Cen­tral Eu­ropeu – duas troikas, as­so­ci­adas aos grandes in­te­resses do ca­pital na­ci­onal e in­ter­na­ci­onal.

Esta nossa pa­lavra de ordem de re­jeição do pacto as­socia-se à con­tes­tação da ac­tual po­lí­tica, nos ob­jec­tivos da greve geral.

Na ideia de cons­trução de um Por­tugal com fu­turo, en­con­tramos a luta pela al­ter­na­tiva po­lí­tica que pro­pomos e para a qual é in­dis­pen­sável ter a mo­bi­li­zação dos tra­ba­lha­dores e do povo.

Assim, temos uma greve geral de di­mensão po­lí­tica (não se con­funda com par­ti­dária) que se in­sere no de­sígnio na­ci­onal que o PCP propõe aos tra­ba­lha­dores e ao povo, com cada vez mais gente a re­jeitar a ac­tual po­lí­tica e o pacto de agressão e, si­mul­ta­ne­a­mente, a abrir ca­mi­nhos novos para um Por­tugal que achamos que tem fu­turo, desde que para tal haja força bas­tante.

 

A par da in­ter­venção uni­tária, tem ha­vido ini­ci­a­tivas pró­prias do Par­tido, temos as po­si­ções e as pro­postas dos co­mu­nistas. Como é ava­liada a res­posta das pes­soas, face à ne­ces­si­dade de dar força ao PCP para cons­truir a al­ter­na­tiva de que o País pre­cisa?

 

Há um re­co­nhe­ci­mento, por parte de vá­rios sec­tores, do papel cen­tral do Par­tido na re­sis­tência e também na con­fi­ança em que é pre­ciso outro rumo. Mas, seja através da acção dos mi­li­tantes co­mu­nistas no mo­vi­mento sin­dical e nas es­tru­turas uni­tá­rias, seja pela acção pró­pria do Par­tido, no­tamos um grande re­co­nhe­ci­mento do papel do PCP na re­sis­tência a esta ofen­siva e uma grande con­fi­ança em que o Par­tido está em con­di­ções de ser o polo cen­tral desta mu­dança ne­ces­sária.

Fi­camos sa­tis­feitos com este re­co­nhe­ci­mento. Mas a muitos falta dar um passo, falta cada um per­ceber que lhe cabe um papel ac­tivo nesta re­sis­tência. Os co­mu­nistas cum­prirão o seu papel, mas é pre­ciso que ou­tros também o façam, no­me­a­da­mente neste mo­mento, com a adesão à greve geral.

Por outro lado, é pre­ciso que, re­co­nhe­cendo nas pro­postas do PCP a saída para os pro­blemas, cada um dê mais força a essas pro­postas. E vamos ga­nhando mais apoios.

 

Por exemplo?...

 

Re­cordo al­guns casos em que co­me­çámos pra­ti­ca­mente so­zi­nhos, e hoje o que pro­pomos já é olhado de outra forma, ainda que por vezes com mo­ti­va­ções con­tra­di­tó­rias.

A 5 de Abril, na vés­pera de ser anun­ciado o «pe­dido de ajuda», de­fen­demos a re­ne­go­ci­ação da dí­vida. Atra­ves­sámos a cam­panha elei­toral iso­lados, nesta ma­téria, e fi­zeram-nos muitas crí­ticas por de­fen­dermos tal ideia. Mas hoje é já bem mais ampla a com­pre­ensão da ne­ces­si­dade de re­ne­go­ciar os prazos, os juros e os mon­tantes da dí­vida.

Também ganha apoios, de­sig­na­da­mente entre os pe­quenos em­pre­sá­rios, outra ideia por que nos ba­temos há anos: a grande fatia dos custos de pro­dução não tem a ver com sa­lá­rios, mas com a energia, os trans­portes e co­mu­ni­ca­ções, o cré­dito, e é pre­ciso que o Es­tado tenha nas suas mãos os ins­tru­mentos ne­ces­sá­rios para di­mi­nuir estes custos.

Hoje é mais aceite, como há anos nós di­zemos, que o Es­tado tomou uma opção po­lí­tica er­rada, quando perdeu ca­pa­ci­dade de in­ter­venção no sector es­tra­té­gico da banca, e irá perder mais com a pri­va­ti­zação de uma parte da Caixa Geral de De­pó­sitos. Hoje é mais evi­dente que todos os sa­cri­fí­cios e es­forços que são exi­gidos à ge­ne­ra­li­dade dos por­tu­gueses acabam por re­verter em be­ne­fí­cios para a banca, que tem con­tri­buição zero para esses sa­cri­fí­cios e que neste pe­ríodo de crise exibe uma ver­go­nhosa acu­mu­lação de ri­queza.

Também no­tamos que se alarga a com­pre­ensão de que a ideia de baixar mais os sa­lá­rios, para salvar a eco­nomia, re­pre­senta ca­mi­nhar para o abismo. A saída do ac­tual mo­mento exige, a par de ou­tras me­didas, um in­ves­ti­mento muito grande no sector pú­blico, na pro­dução na­ci­onal. Os cortes sa­la­riais cons­ti­tuem uma in­jus­tiça brutal, do ponto de vista so­cial, e um erro es­tra­té­gico, do ponto de vista eco­nó­mico, porque re­tiram à mai­oria dos tra­ba­lha­dores e ao povo a ca­pa­ci­dade de con­sumo. O que é ne­ces­sário é o au­mento dos sa­lá­rios e, no­me­a­da­mente, do sa­lário mí­nimo na­ci­onal.

 

Mas quem apoia tais pro­postas não está ne­ces­sa­ri­a­mente ao lado do PCP...

 

Todos os que ve­nham para esta ba­talha são bem vindos. Mas há coisas que são de mais. O Pre­si­dente da Re­pú­blica vem de­fender agora a pro­dução na­ci­onal e a vi­ragem do País para o mar, quando é ele um dos prin­ci­pais res­pon­sá­veis pela des­truição de parte con­si­de­rável da nossa ma­rinha mer­cante, da nossa in­dús­tria naval, da nossa frota pes­queira. Não é um caso para dizer que mais vale tarde do que nunca. Ele sabe bem as op­ções que tomou e que toma.

 

Por­tanto, para o Par­tido, a greve geral de amanhã marca o ca­minho para a al­ter­na­tiva po­lí­tica...

 

O Par­tido está a ac­tuar, de forma muito in­tensa, na pre­pa­ração da greve geral e em toda esta luta, com a sua ini­ci­a­tiva pró­pria e a sua acção po­lí­tico-par­ti­dária; os co­mu­nistas têm papel ac­tivo no mo­vi­mento sin­dical, nou­tras es­tru­turas uni­tá­rias, nas co­mis­sões de utentes, es­ti­mu­lando o de­sen­vol­vi­mento das lutas; e, numa ter­ceira ver­tente, as pro­postas e a acção pró­pria do Par­tido con­tri­buem para a con­fi­ança dos por­tu­gueses em que é pos­sível cons­truir um país me­lhor, na base de outra po­lí­tica, e para a con­fi­ança em que há forças para cons­truir essa al­ter­na­tiva.

A greve geral, sendo um mo­mento alto de con­ver­gência, não é só um ponto de che­gada desta di­nâ­mica, é so­bre­tudo um ponto de par­tida para uma luta que vai ter que con­ti­nuar.



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